Eu sei que o tema enoja muita gente, mas tenho visto muitos erros em relação a esta matéria e numa pesquisa rápida na Internet não vi nenhum local onde explicassem isto de forma simples. Porque é realmente uma coisa simples. A unha encravada (onicocriptose, para quem quiser dar ares de intelectual) resulta do crescimento patológico da unha por baixo da pele que limita os cantos da mesma. Geralmente afecta um ou os dois cantos do dedo grande do pé (hálux). Quando a unha se ‘enterra’ nesses pedacinhos de pele, causa uma reacção inflamatória, por sua vez desencadeia a formação de um tecido de granulação. Aquela pele vai ficando cada vez maior, mais gorda, e a unha terá cada vez mais dificuldade em vencê-la, enterrando-se cada vez mais neste tecido esponjoso. Entra-se num ciclo vicioso de dor, inflamação, infecção. Algumas crianças chegam à consulta com os dedos do pé numa miséria. Em desespero, alguns vêm de sandálias em pleno Inverno.
Primeiro, como evitar? Há crianças que parecem ter uma tendência natural para ‘encravar’ os cantinhos das unhas. Os meus filhos, tinham os dois, o que dá uma incidência de 100% na amostra cá de casa. Fiz o que aconselho sempre os pais fazerem nos primeiros meses de vida (mesmo nos bebés que não têm unhas marotas)?
- cortar as unhas com uma tesoura recta, deixando os cantos claramente maiores que a porção central da unha.
- depois do banho, massajar a pele que recobre a unha para os lados. Como que moldando a pele, tirando-a do caminho.
- passar com uma pinça por baixo do canto da unha. Começa-se do centro e percorre-se com a pinça para os lados.
- tentar (digo tentar, porque nos primeiros dias pode não ser fácil) deixar um bocadinho de compressa debaixo do canto afectado. Como é um procedimento algo invasivo, costumo aconselhar uma desinfecção com iodopuvidona (vulgo Betadine).