Vacina durante a gravidez e outras novidades

As vacinas continuam a ser uma fonte de muitas dúvidas que me fazem chegar por e-mail, na consulta, no facebook… Porque sou cirurgião pediátrico, e não propriamente especialista em vacinas, tenho adiado revisitar este tema. Mas de facto, 2017 trouxe com ele um novo plano nacional de vacinação. Entre as novidades, destacam-se:

  • o fim da vacinação universal com a BCG, que passa a ser obrigatória apenas em populações de risco. Estes estão definidos nas normas da Direção Geral de Saúde (disponível online), mas, atendendo à complexidade do tema, acho que o melhor é consultar o médico de família ou o pediatra da criança para saber se insere neste grupo de risco;
  • a introdução de uma vacina hexavalente, ou seja, uma ‘6 em 1’ para evitar tantas picadas;
  • uma nova a vacina para as grávidas. Trata-se de uma vacina Tdpa (vacina contra o tétano, difteria e tosse convulsa, doses reduzidas), que se destina à proteção dos recém-nascidos. Os recém-nascidos só podem ser vacinados contra a tosse convulsa aos 2 meses. Logo, estavam desprotegidos nesses primeiros 2 meses de vida. Esta vacina estou em querer, será a primeira de uma nova geração de vacinas em que a Mãe recebe a picada, produz os anticorpos e passa-os ao filho, protegendo-o.

 

Sendo esta última novidade a mais surpreendende, tem sido ela a que mais dúvidas tem suscitado. Tendencialmente, confio em tudo o que os experts da DGS recomendam. Nao tenho razões para duvidar da sua competência. Ainda assim, há dias, saiu um artigo no Pediatrics que tranquilizará os mais desconfiados: Effectiveness of Vaccination During Pregnancy to Prevent Infant Pertussis. Que eu saiba, este é o primeiro grande estudo sobre a eficácia desta vacina. Foram estudados perto de 150 mil recém-nascidos. A eficácia da vacina materna foi de 91.4% durante os primeiros 2 meses. Mais, a vacina dada à Mãe acrescenta eficácia às vacinas contra a tosse convulsa, que são dadas posteriormente ao recémnascido, durante o primeiro ano. Segundo os mesmos autores, a vacina é perfeitamente inóqua para a Mãe e para o bébé.

 

Sendo assim, esta indicação da DGS é definitivamente para cumprir: «recomenda-se, em cada gravidez, uma dose da vacina contra o tétano, difteria e tosse convulsa (Tdpa6 , doses reduzidas), entre as 20 e as 36 semanas de gestação, idealmente até às 32 semanas.» Passe a palavra, por favor.

 

PNV2017

[fonte: dgs.pt]

.

.

.

Já subscreveu a newsletter d’E Os Filhos Dos Outros? A de Abril saiu ontem, mas vai a tempo de receber a próxima…

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s

%d bloggers gostam disto: