Evitar idas à urgência por causa dos hoverboards e dos skates

E a moda dos hoverboards teria que chegar à literatura científica. Um artigo recente na revista da Academia Americana de Pediatria analisou os ‘estragos’ deste novo brinquedo: Pediatric Hoverboard and Skateboard Injuries. Quando li este artigo torci o nariz. Colocar hoverboards e skateboards no mesmo saco? É quase ofensivo para o pai dum skateboarder empenhado como o JM. Mais, em boa verdade, são mais uma gigajoga que se move com movimentos mínimos e preguiçosos, com muito pouco exercício físico envolvido. Tecnicamente, são self-balancing, 2-wheeled boards (palavras dos autores do estudo) e estão longe dos hoverboards retratados no mítico Regresso ao Futuro.

 

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Mas voltemos ao artigo, porque está muito bem escrito. Os autores percorreram o National Electronic Injury Surveillance System americano e colheram os dados relativos a acidentes provocados por hoverboards e skateboards. Os resultados não são surpreendentes mas chamam a atenção para a necessidade de algumas precauções para quem tem filhos adeptos duma (ou das duas) destas modalidades.

 

Vamos aos resultados, Entre 2015 e 2016 (dados das entradas nos serviços de urgência EUA, recordo), terão havido 26854 lesões por hoverboards. A idade média das crianças ‘acidentadas’ foi 11 anos, quase tantos rapazes (52%) como raparigas (48%). 66% dos acidentes ocorreram dentro de casa. A maioria das lesões ocorreram nos pulsos (19%), antebraço (14%), e cabeça (14%). Algumas delas com fractura (40%).

 

Em relação aos skateboards, terão acontecido 121398 acidentes que motivaram ida ao serviço de urgência, entre 2015 e 2016. A idade média das crianças foi 13 anos. 52% das lesões ocorreram na rua. Mais uma vez, os pulsos foram as grandes vítimas em termos de membros (15%), houve 35% de traumatismos cranianos. 32% dos skateboarders tinha algum tipo de fractura.

 

De factos, o tipo e frequência das lesões provocadas pelos hoverboards e pelos skates são muito semelhantes e chamam para a necessidade de protecção, mesmo nas brincadeiras dentro de casa. O uso de capacete e a protecção dos pulsos são fundamentais. Podemos não conseguir evitar as quedas, mas evitamos muitas idas ao serviço de urgência.

 

JM protegido com capacete e proteção de pulsos

 

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